Tendência crescente no mercado de eventos é a importância do networking

Fernando Guinato, Diretor Geral do WTC Events Center e Gerente Geral do Sheraton São Paulo WTC assina o termo de posse como Presidente reeleito do Conselho de Administração do Visite São Paulo Convention Bureau, Biênio 2025 – 2026. Fotografia: Gregory Grigoragi

 

EmDiaCom

 

Entrevista: Fernando Guinato

 

Reeleito presidente do Conselho de Administração do Visite São Paulo Convention Bureau, Fernando Guinato é também diretor-geral do WTC Events Center e gerente-geral do Sheraton São Paulo WTC. Nessa entrevista, ele fala sobre a importância do associativismo, as expectativas para o mercado de eventos esse ano e, em especial, do WTC, que já supera em 50% o que foi 2024 nessa mesma época.

 

EmDiaCom: Em sua opinião, qual é a importância do trabalho do Visite São Paulo Convention Bureau, seja como entidade representativa do setor privado em várias áreas, seja como uma associação que trabalha para a captação e apoio a eventos, capacitação de profissionais e promoção do destino?

 

Fernando Guinato: É muito importante o trabalho desenvolvido pelo VSPCB na divulgação do destino São Paulo e na captação de eventos para nosso Estado. Com esse objetivo, atuamos internamente em São Paulo, mas, muitas vezes, participando, ao lado da Embratur, de eventos fora do Brasil.

 

A entidade tem como associados empresas de vários setores da economia, enquanto outras associações são específicas para determinados nichos de mercado. O VSPCB congrega hotéis, bares, restaurantes, espaços para eventos, ou seja, todos os pontos de atração turística. Dessa forma, acabamos conquistando algumas vitórias para nossos associados.

 

Um bom exemplo disso é que nós, do VSPCB, em parceria com a Abear e Secretaria de Turismo e Viagens de São Paulo, transformarmos em realidade o Stopover, um programa que permite aos visitantes de São Paulo estender sua viagem sem adicional na passagem aérea.

 

EmDiaCom: Além do Visite São Paulo Convention Bureau, você está envolvido com outras associações

 

FG: Sim, além do VSPCB, sou vice-presidente da Ubrafe e também da ABIH-SP, além de associado ao FOHB. Essa participação tem me mostrado a rimportância do associativismo para o desenvolvimento do setor. Isso ficou muito claro durante a pandemia e continua. Recentemente, pudemos nos mobilizar e ter uma atuação bem relevante na aprovação da continuidade do Perse – Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos, que garantiu uma renúncia tributária para ajudar todo o segmento.

 

EmDiaCom: Como diretor de WTC Events Center, o que espera para 2025 no mercado de eventos? Como está a agenda confirmada e o trabalho de prospecção e solicitações?

 

FG: 2025 vai ser um ano muito bom, tenho certeza disso. O ano já está superando em 50% o que foi 2024 nessa mesma época. Hotéis da região da Berrini, onde estamos instalados, como é o caso do Hilton e do Hyatt, já estão ficando sem datas para agendar eventos. Se formos pesquisar, outros empreendimentos também devem estar com alta, talvez não de 50% como nós, mas de 20% ou 30%.

 

 

 

EmDiaCom: Os eventos artísticos e esportivos contribuem então para a ocupação dos hotéis como o Sheraton?

 

FG: Sem dúvida. Mesmo São Paulo continuando a ser uma cidade de turismo de negócios, com feiras e grandes congressos, os eventos artísticos começam a tomar uma proporção muito significativa, o mesmo ocorrendo com a área automobilística e esportiva. Até agora, o mês de maior desempenho para nós foi o de novembro, em razão da Formula 1. Esse ano, setembro deve se igualar com a realização do The Town e março com o Lollapalooza.

 

Outro produto que vai criar uma demanda enorme para a região em que estamos é o parque aquático que está sendo construído no terreno onde funcionava o hotel Transamérica. Tenho certeza de que vai ser um case para a cidade de São Paulo. Outro exemplo é a Portuguesa de Desportos, que se transformou em uma Sociedade Anônima do Futebol, com previsão de investir R$ 1 bilhão para transformar o estádio do clube em uma arena para receber shows e espetáculos artístico. Existe demanda para isso? Com certeza tem!

 

EmDiaCom: Como gerente-geral do Sheraton, qual é a sua expectativa para a ocupação nesse ano, principalmente considerando os grandes eventos já confirmados, shows internacionais independentes em estádios e a própria Formula 1?

 

FG: A exemplo do que já vem ocorrendo, temos certeza de que esses eventos têm potencial para atrair hóspedes para o Sheraton. A demanda está aquecida.

 

Mas, nos eventos corporativos temos notado um fato interessante. Anteriormente, havia uma presença muito grande de estrangeiros, que vinham ao Brasil para isso. Entretanto, houve uma redução importante, depois da pandemia, pois se descobriu que não há necessidade de vir ao País várias vezes ao ano. Basta fazer videoconferências. Em razão disso, houve uma queda no número de hóspedes americanos, suprida por brasileiros e muito também por chineses.

 

 

EmDiaCom: No mercado de eventos, há alguma tendência que você já está identificando ou que está apresentando crescimento?

 

FG: Sim, há. Cada vez mais, percebemos nesse mercado que o conteúdo das apresentações é importante, mas o networking é imbatível. Temos um espaço no WTC onde é possível montar uma plenária para 2.500 pessoas. Atualmente, os eventos ocupam no máximo 50% desse local, razão pela qual os organizadores incluem no mesmo ambiente os parceiros e os patrocinadores.

 

A pandemia acabou demonstrando isso. Atualmente, alguns participantes de eventos preferem assistir às apresentações de seu interesse pelo YouTube e dedicar esse tempo a ampliar ou reforçar sua rede de contatos. A possibilidade de networking acaba tendo um efeito maior do que a própria palestra. As pessoas optam por se encontrar com quem é de seu interesse para conversar e, eventualmente, para fechar um negócio ou concretizar algo que efetivamente represente um benefício para a empresa.